El Salvador sedia cúpula de adoção de Bitcoin com 44 países
Data: 06.02.2024
O presidente Nayib Bukele de El Salvador recebeu recentemente representantes de 44 países para discutir a adoção do Bitcoin. Ele tuitou que o encontro incluiu 32 bancos centrais e 12 instituições financeiras. A maioria dos países participantes era do mundo em desenvolvimento, incluindo Quênia, Jordânia, Gâmbia, Ruanda, Maldivas, Egito e Nigéria. El Salvador fez história como o primeiro país do mundo a adotar o Bitcoin como moeda legal, uma decisão tomada em setembro do ano anterior. Desde então, o país tem usado o dólar americano como sua moeda principal e o Bitcoin agora pode ser usado para transações cotidianas, incluindo o pagamento de impostos.

Essa medida recebeu elogios generalizados da comunidade de criptomoedas, mas enfrentou oposição significativa do setor financeiro tradicional. Os críticos argumentam que adotar o Bitcoin como moeda legal poderia introduzir instabilidade e riscos desnecessários à economia do país.

O presidente Bukele argumentou que a adoção do Bitcoin ajudará a trazer mais salvadorenhos para a economia formal, principalmente porque mais de 70% da população não tem conta bancária. Este foi um tópico importante na conferência Bitcoin de 17 de maio. Ele também afirmou que as criptomoedas poderiam libertar as nações em desenvolvimento das restrições dos sistemas financeiros tradicionais. El Salvador considera seu experimento Bitcoin bem-sucedido e espera inspirar outros países a seguirem o exemplo.

Além de El Salvador, a República Centro-Africana é a única nação que adotou o Bitcoin como moeda de curso legal. O Panamá também está trabalhando em uma legislação para promover o uso do Bitcoin, embora não trate a criptomoeda como moeda de curso legal.

Usar Bitcoin como moeda legal é muito arriscado?

À medida que El Salvador pressiona outras nações em desenvolvimento a adotar o Bitcoin como moeda legal, é crucial examinar os riscos associados a tal decisão. A população salvadorenha, em geral, protestou contra a adoção do Bitcoin, argumentando que ele beneficia principalmente os investidores, em vez das pessoas comuns. Com cerca de metade da população sem acesso à internet, ainda não está claro como eles devem usar o Bitcoin para transações.

Um dos riscos mais significativos de usar o Bitcoin como moeda legal é sua volatilidade inerente e o fato de que o Bitcoin não é lastreado por nenhum ativo. As oscilações frequentes de preço do Bitcoin representam uma ameaça à economia e às economias dos cidadãos. Analistas financeiros se preocupam com o potencial de tal instabilidade se espalhar por economias inteiras.

Instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, também expressaram preocupações sobre essa política. Eles alertam que adotar o Bitcoin como moeda de curso legal pode expor o país a atividades ilícitas, como lavagem de dinheiro.

Alguns defensores das criptomoedas também apontaram a ironia de um governo adotar uma moeda projetada para reduzir o controle governamental.

Para incentivar a adoção, El Salvador introduziu sua própria carteira digital chamada Chivo. Aqueles que baixaram a carteira receberam um bônus de $30 em Bitcoin. O país também estabeleceu 200 caixas eletrônicos e 50 centros de consultoria onde os moradores podem sacar fundos.

Embora o país tenha enfrentado perdas devido à recente queda nos preços das criptomoedas, o experimento do Bitcoin em El Salvador foi geralmente considerado um sucesso.